As associações patronais exigem um plano específico de apoio à indústria automóvel. Mas, afinal, pretendem o mesmo de sempre: acautelar os prejuízos da emergência sanitária e garantir lucros ainda maiores, aumentando a exploração dos trabalhadores e obtendo dinheiro da Segurança Social - acusa a Fiequimetal.
1.4.2020
Num comunicado que começa hoje a ser distribuído aos trabalhadores das empresas do sector automóvel, a federação recorda que este sector, nos anos mais recentes tem ostentado grande pujança, em número de empresas, em volume de negócios e respectivo crescimento, no volume de emprego e no peso relevante que tem no PIB e nas exportações.
O «apoio» agora exigido é mais do mesmo! Durante décadas as empresas acumularam lucros colossais e agora, ainda o problema está no início, e já estão a abrir a boca, como tubarões, para que o País alimente a sua existência.
Os trabalhadores e os seus representantes, nas várias empresas do sector, vão continuar a resistir às intenções patronais de atacar e reduzir os direitos de quem trabalha, garante a federação.
Que medidas pretendem?
Recentemente, em comunicado conjunto, as associações patronais ACAP, AFIA, Anecra e ARAN vieram exigir ao Governo a criação de um plano específico de apoio ao sector automóvel, com um alegado duplo objectivo: minimizar o grave impacto da COVID-19 nas empresas e garantir que estas mantenham a sua competitividade, logo que se verifique a retoma gradual da economia.
Esta pretensão patronal, como se refere no comunicado da Fiequimetal, assenta essencialmente em duas vertentes:
• Ainda maiores facilidades para as empresas do sector acederem ao lay-off, poupando à custa dos trabalhadores e da Segurança Social;
• A possibilidade de as empresas disporem das férias dos trabalhadores a seu bel-prazer.
Ver também
- Comunicado da Fiequimetal aos trabalhadores das empresas do sector automóvel
- Contra a pilhagem patronal no sector automóvel (19.3.2020)
... e ainda
- Comunicado conjunto das associações patronais (18.3.2020)
- Exportações de componentes automóveis batem "recorde absoluto" em 2019 (Lusa, in Observador, 17.2.2020)
- Indústria de componentes para automóveis (AFIA, Fev. 2020)
- Sector automóvel em Portugal vale 10 mil milhões de euros (Jornal Económico, 15.1.2018)
- Sector automóvel vale 5,9% do PIB e emprega 72 mil pessoas (DN, 18.1.2018)
- Componentes automóveis ultrapassam barreira dos 10 mil milhões (Jornal Económico, 18.1.2018)