Faleceu hoje Maria do Carmo Tavares, uma camarada que dedicou a sua vida ao projecto sindical da CGTP-IN, batendo-se pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, por um Portugal de progresso e justiça social. Teve importante actividade sindical no sector químico e participou empenhadamente na criação da Fiequimetal.
25.12.2024
O velório será feito a partir das 17 horas de quinta-feira, dia 26, na casa mortuária da igreja de S. Francisco de Assis (Av. Afonso III, Lisboa). Daqui sairá o funeral na sexta-feira, dia 27, para o cemitério do Alto de S. João, onde a cremação ocorrerá às 17 horas.
Uma vida dedicada aos trabalhadores
Nascida a 6 de Março de 1948, Maria do Carmo de Carvalho Tavares Ramos foi analista química de profissão e destacou-se como representante dos trabalhadores desde antes do 25 de Abril de 1974. Foi militante do Partido Comunista Português até ao fim da sua vida.
Fez parte da Comissão de Trabalhadores da Neocel e integrou os órgãos sociais do Sindicato dos Técnicos e Operários da Indústria Química de Lisboa, na Direção e, mais tarde, como presidente da Assembleia Geral. Foi delegada, pelo sindicato, ao Congresso dos Sindicatos, em 1975.
Participou na negociação do IRCT dos analistas químicos, antes do 25 de Abril, e esteve na Comissão Negociadora do primeiro contrato de trabalho para a indústria química, após a Revolução. Em representação do sindicato, esteve na comissão organizadora da grande jornada de luta contra o aumento do custo de vida e contra o bloqueamento da contratação colectiva, em Lisboa, em Janeiro de 1976.
Integrou, em representação do seu sindicato, a CNOP (Comissão Nacional Organizadora Provisória) e a CNOC (Comissão Nacional Organizadora do Congresso), para o Congresso de Todos os Sindicatos, realizado em Janeiro de 1977. Neste Congresso, foi eleita para o Secretariado Nacional da CGTP-IN.
Participou na integração dos sectores dos plásticos e das moagens nos sindicatos químicos, na verticalização (integração das diversas profissões nos sindicatos químicos) e no processo de fusão dos três sindicatos do sector químico (Porto, Lisboa e Setúbal), que deu lugar ao Sinquifa (Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Centro, Sul e Ilhas). Marcou presença activa na constituição da Fequifa e da Fequimetal, de cujas direcções fez parte, bem como na criação do SITE Centro-Sul e Regiões Autónomas e da Fiequimetal, em 2010.
Foi reeleita, sucessivamente, para o Conselho Nacional da CGTP-IN e para a sua Comissão Executiva, desde o 3º Congresso da Confederação, realizado em Março de 1980, até ao 12º, em Fevereiro de 2012.
Desempenhou importantes tarefas, a tempo inteiro, na Central, primeiro, no Departamento de Contratação Coletiva e, depois, como responsável pelas Políticas Sociais – Segurança Social, Saúde e Educação. Teve um destacado papel, sobretudo na defesa da Segurança Social pública, universal e solidária. Integrou, durante 13 anos, o Conselho de Gestão do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.
Era primeira-secretária da Mesa do Conselho Consultivo da Fundação Inatel, no mandato em curso, em representação da CGTP-IN.
Empenhou-se na criação do Rendimento Mínimo Garantido, em 1996 (que em 2003 passou a Rendimento Social de Inserção), fazendo parte da sua Comissão Nacional desde que foi constituída, em 1999.
Na mensagem de pesar que o Secretariado da DN da Fiequimetal enviou à família de Maria do Carmo Tavares e à CGTP-IN, afirma-se que a melhor forma de honrar a sua memória é continuar a luta por melhores condições de vida e de trabalho, pela valorização de quem trabalha ou trabalhou.