Ontem, os representantes patronais reconheceram que todos os trabalhadores da EDP têm direito a actualização salarial anual. Mas os valores apresentados desmentem as declarações sobre a intenção de fechar acordo rapidamente.
21.2.2019
Na terceira reunião de negociação da tabela salarial para 2019, os representantes da administração propuseram mais 0,1 por cento para quem aufere acima da BR 20 ou Letra H. Na reunião anterior, dia 13, a empresa queria deixar estes salários congelados.
Esta evolução foi valorizada pela comissão negociadora sindical (CNS) liderada pela Fiequimetal, na informação difundida para os locais de trabalho.
Na primeira reunião, a CNS/Fiequimetal já se tinha congratulado por, finalmente, a administração admitir uma discriminação positiva para as bases remuneratórias (BR) mais baixas.
Contudo, na reunião de ontem, a administração não mexeu nos valores que apresentou no dia 13 para as demais bases remuneratórias e letras. Esses valores são manifestamente insatisfatórios: 0,3 por cento, para salários até à BR 4 (999 euros) e 0,2 por cento para o intervalo da BR 5 até à BR 20 ou Letra H.
Só a vergonha de colocar tais valores em cima da mesa justifica que a proposta da administração não tenha sido apresentada logo na primeira reunião, dia 6.
É uma proposta inaceitável, especialmente vinda de uma empresa com chorudos lucros, que atingiram mais de 6 mil milhões de euros nos últimos cinco anos. Uma proposta assim demonstra bem a pouca importância que a administração dá aos trabalhadores, que são a base da EDP.
Para acordo não chega
A administração afirmou que pretende fechar o acordo muito rapidamente, mas não demonstrou, na prática, essa intenção. Não pode ignorar que, para chegar a acordo, são necessários valores mais altos.
No entanto, para demonstrar vontade negocial e interesse em chegar a acordo, a CNS/Fiequimetal alterou a sua proposta, reivindicando a partir de agora uma actualização salarial de 3,7 por cento, com garantia de um mínimo de 50 euros.
A próxima reunião ficou marcada para dia 27, quarta-feira.
Ver também
- Informação 3 da CNS/Fiequimetal (20.2.2019)
- Informação 2 da CNS/Fiequimetal (13.2.2019)
- EDP com posição indigna recusou aumentos salariais (7.2.1019)