A igualdade que ficou consagrada na Constituição e na legislação está longe de ser efectivada no trabalho e na vida, o que justifica e exige a continuação da acção e da luta, na rua, nas empresas e nos locais de trabalho, para a sua consolidação. Assim se fez no Dia Internacional da Mulher e se está a fazer na Semana da Igualdade da CGTP-IN.
19.3.2024
Este ano, as comemorações do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, assumem um significado especial, porque decorrem no quadro da celebração dos 50 anos da Revolução de Abril, que promoveu a liberdade e permitiu a conquista dos principais direitos das mulheres em Portugal.
A revolução afirmou a igualdade como um direito essencial da dignidade humana na longa luta contra a discriminação e a opressão.
Na Constituição, ficou inscrito que «ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual» (artigo 13.º da Constituição da República Portuguesa).
Quando passam 50 anos do 25 de Abril e 48 anos da Constituição, é inadmissível que as mulheres continuem a ser particularmente afectadas pela precariedade, o desemprego, as discriminações salariais, a pobreza, a desregulação dos horários de trabalho, as doenças profissionais, o assédio laboral, a violência doméstica. É inaceitável que sejam penalizadas quando decidem pela maternidade.
Prosseguir o combate de todos
A luta contra as discriminações que atingem as mulheres trabalhadoras nas indústrias metalúrgicas, químicas, eléctricas, farmacêutica, celulose, papel, gráfica, imprensa, energia e minas é uma luta de todos: das mulheres e dos homens.
Esta luta tem um ponto alto nas diversas iniciativas dos sindicatos filiados na Fiequimetal, quer as realizadas no dia 8 de Março, quer as que estão a decorrer no quadro da Semana da Igualdade, promovida pela CGTP-IN, de 18 a 22 Março, com impacto nas empresas e locais de trabalho do sector privado e do sector empresarial do Estado.
Estão contabilizadas acções de contacto com trabalhadoras e trabalhadores em mais de 170 locais de trabalho, incluindo concentrações e plenários na rua em algumas empresas. Nestas iniciativas, foram distribuídos mais de 25 mil postais da Fiequimetal, alusivos ao Dia Internacional da Mulher, bem como milhares de cravos, centenas de sacolas alusivas ao Dia da Mulher e milhares de folhetos editados pela CGTP-IN.
Também alcançou dimensão importante a participação de dezenas de activistas sindicais em acções promovidas pelas uniões distritais de sindicatos, reforçando assim a exigência de que sejam eliminadas as desigualdades entre mulheres e homens.
O Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, participou na distribuição de cravos às trabalhadoras da Preh Portugal, na Trofa.
Postal
Como em anos anteriores, a federação editou um postal alusivo ao Dia Internacional da Mulher, que foi distribuído nas iniciativas e através da rede de dirigentes e delegados sindicais.
O postal de 2024 é ilustrado com uma pintura original de Fátima Vilela (mãe, já falecida, de um dirigente do SITE CSRA). No verso é reproduzido um poema de Salvador Lima (trabalhador da Teijin Automotive e dirigente do SITE Norte).
Algumas imagens de iniciativas realizadas no dia 8 de Março