O SITE Centro-Norte convocou para amanhã, dia 17, um dia de greve na Coimbra Editora SA e uma concentração junto à sede da empresa (Rua Ferreira Borges, 77-79, em Coimbra), a partir das 10 horas, para tornar público o descontentamento perante a prolongada instabilidade e o atraso sistemático no pagamento das remunerações, mantendo-se em dívida salários e subsídios desde 2012.
16.11.2015
Num comunicado aos trabalhadores, o sindicato refere que a empresa atravessa o momento mais dramático da sua quase centenária existência. Esta situação tem responsáveis, que seguramente não são os trabalhadores.
Desde o início desta década, os problemas foram-se agudizando. Os sacrifícios dos trabalhadores aumentaram com o não pagamento atempado dos salários.
Foram tomadas algumas medidas de redução de custos, com particular incidência em acordos de rescisão de contratos de trabalho. A mudança do centro produtivo de instalações próprias para instalações alugadas e outras medidas de reorganização não tiveram os efeitos esperados na recuperação da empresa. Contudo, medidas tomadas nesse âmbito têm estado na base da delapidação do património.
Numa última tentativa de sobrevivência, a Coimbra Editora SA submeteu-se a um processo especial de revitalização (PER), mas o plano de recuperação foi rejeitado pelos principais credores.
Aumenta a incerteza quanto ao futuro e quanto à manutenção dos postos de trabalho, ficando os trabalhadores neste momento com a única certeza de continuarem a produzir sem receberem.
A administração mantém permanente indisponibilidade para dialogar e dar resposta às questões colocadas pelos trabalhadores. Quando percebe que o descontentamento aumenta, pratica uma política de caridade, adiantando uma pequena parte do salário, como se de uma esmola se tratasse.
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A Coimbra Editora foi constituída em Agosto de 1920 e ganhou prestígio na publicação de obras jurídicas. São seus administradores José da Ponte e João Salgado, também responsáveis da distribuidora CE Sodilivros, falida em 2012, e da Livraria Jurídica, cujo PER foi recentemente negado.
Em Julho de 2009, a marca Coimbra Editora foi vendida à Wolters Kluwer Portugal (WKP), à qual foi readquirida três anos depois, em Julho de 2012. Em 2014, vieram a saber há pouco os trabalhadores, a marca Coimbra Editora voltou a ser vendida à Quimera Editores, do Grupo Escolar. Mas do negócio, que terá sido realizado por mais de um milhão de euros, nada reverteu para pagar a dívida aos trabalhadores.
Ver também:
- Comunicado do SITE C-N aos trabalhadores
- Coimbra Editora deve 8 milhões. Futuro nas mãos da banca, in Notícias de Coimbra, 14.7.2015
- Coimbra Editora em Processo Especial de Revitalização, in Notícias de Coimbra, 3.6.2015
- Insolvência da CE Sodilivros deixa indignados vários editores, Antena 1, 23.4.2012
- Comunicado da Antígona sobre a insolvência de CE Sodilivros, 22.4.2012
Documento da CGTP-IN
