A VW Autoeuropa e as empresas fornecedoras têm de respeitar o emprego com direitos, disse ontem uma delegação sindical aos ministérios da Economia e do Trabalho, que assumiram alguns compromissos. Mas muito há ainda a fazer no combate em defesa do emprego e contra a precariedade, como se refere num comunicado do SITE Sul, hoje distribuído na empresa.
21.7.2016
Uma delegação de dirigentes do SITE Sul e da Fiequimetal reuniu-se ontem com responsáveis dos ministérios da Economia e do Trabalho, com vista a obter resposta positiva aos problemas com que se confrontam os trabalhadores das empresas fornecedoras da VW Autoeuropa.
Pesem embora os compromissos assumidos pelos ministérios, o sindicato e a federação consideram que há ainda muito a fazer para a defesa do emprego e o combate à precariedade. Nesse sentido, continuarão a interceder junto das administrações das empresas e das instâncias oficiais, ao mesmo tempo que apelam aos trabalhadores, para reforço da organização sindical e o prosseguimento da luta pelo fim da precariedade, pelo direito ao emprego e ao emprego com direitos.
Estratégia
de pressão
Na reunião, para além de evidenciarem a desnecessidade objectiva da redução de um turno na Autoeuropa (na montagem final e na pintura), porque a empresa dispõe de um instrumento (os chamados down days) para absorver os impactos da diminuição da produção, os dirigentes sindicais deixaram claro que esta redução tem, claramente, como objectivo constituir mais um elemento estratégico de aumento da pressão sobre os fornecedores para procurar «esmagar os preços».
A estratégia da multinacional alemã, com a conivência das administrações das empresas fornecedoras, já fez vítimas no passado, com dezenas de despedimentos na Schnellecke, com o despedimento de 500 trabalhadores na Autovision, em 2014, e com despedimento massivo na Webasto, levando ao seu encerramento em 2015.
Agora, novo ataque é dirigido a centenas de trabalhadores das empresas fornecedoras, sendo que, recentemente, duas empresas prestadoras de serviços para a Autoeuropa (Logiters e Acciona) perderam um concurso, o que coloca mais de 260 trabalhadores numa situação de grande incerteza e angústia quanto ao futuro, questão que exige um acompanhamento apropriado da parte do Governo.
Acresce que a Autoeuropa nada refere, nos novos concursos, sobre salários, direitos dos trabalhadores e respectivos vínculos contratuais, convidando ao aumento da precariedade e ao decréscimo das condições salariais.
Os ministérios da Economia e do Trabalho assumiram o compromisso de diligenciar, junto das empresas, no sentido da salvaguarda do máximo de postos de trabalho e da garantia de formação profissional aos trabalhadores que ficarem em situação de desemprego.
Os ministérios assumiram também o compromisso de que todos os trabalhadores, incluindo os das empresas de trabalho temporário, serão direccionados pelo IEFP para cursos de formação profissional dirigidos às actividades das empresas do sector automóvel, tendo em vista a sua futura recolocação.
Ver também:
- Comunicado do SITE Sul



Documento da CGTP-IN
