Começou no dia 1 de Dezembro, em todas as empresas do Grupo EDP, uma greve ao trabalho extraordinário, que se prolonga até às 24 horas de 1 de Janeiro, convocada pela Fiequimetal e por outras cinco estruturas sindicais, seguindo a decisão dos trabalhadores, em defesa de uma justa progressão nas carreiras, com valorização da experiência profissional.
3.12.2023
Os motivos que levaram à convocação da greve foram expostos à administração, numa carta reivindicativa entregue a 18 de Outubro.
Perante a injustiça de muitos trabalhadores não terem a devida progressão na carreira - uma situação agravada com recentes admissões em bases remuneratórias (BR) superiores -, os trabalhadores exigem, com caráter de urgência, para entrar em vigor em Janeiro de 2024:
- Progressão de duas BR (bases remuneratórias) para trabalhadores do Acordo Colectivo de Trabalho de 2014 (com exceção dos casos identificados de contratações com BR superiores) e sem perda de pontos acumulados para futura evolução;
- Progressão de uma BR para trabalhadores do ACT 2000, sem perda de pontos acumulados;
- Atribuição de anuidades a todos os trabalhadores do ACT 2014, com contagem do tempo desde a admissão no Grupo EDP (O&M, etc.), sem efeitos retroactivos.
A administração, recuando na sua intransigência negocial, marcou uma nova reunião com os sindicatos, para 29 de Novembro.
Afinal, o porta-voz da comissão negociadora da EDP trouxe à mesa negocial medidas que não passam de propostas ilusionistas. Dizem querer dar meia base remuneratória aos trabalhadores até à BR 4, que tenham completado já 4 pontos de progressão.
Para a Comissão Intersindical da Fiequimetal, a administração está receosa, como mais uma vez se notou, nesta reunião em que os representantes patronais tentaram bloquear a luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho.
Num comunicado de dia 30, a federação e os seus sindicatos (SIESI, SITE CSRA, SITE Centro-Norte e SITE Norte) reagiram com revolta ao despacho sobre serviços mínimos, em que o Governo (ministérios do Trabalho e do Ambiente) verteu as pretensões da administração, ultrapassando em muito aquilo que são serviços impreteríveis.
Aos trabalhadores serão dadas as devidas informações sobre o que devem ou não fazer durante esta greve às horas extraordinárias.
Mínimos em causa
Está em causa o cumprimento dos serviços mínimos, consideram as estruturas representativas dos trabalhadores que comunicaram o aviso prévio de greve.
Numa informação à comunicação social, intitulada «Pela dignidade do trabalho na EDP», a Fiequimetal e os sindicatos ASOSI, SIEAP, SINDEL, SINOVAI e SIREP revelaram que não receberam, das empresas do Grupo EDP, informação de quais os trabalhadores que foram designados como adstritos à prestação dos serviços mínimos definidos no despacho ministerial n.º 38/2023. Isto coloca em causa o cumprimento desses serviços mínimos.
Consideram ainda que aquele despacho viola o direito à greve e adiantam que ele será contestado pelas vias legais ao alcance dos trabalhadores.
Ver também
— Comunicado da Comissão Intersindical da Fiequimetal
— Informação da Frente Unida Sindical à comunicação social
— Não solução da administração motiva greve na EDP (16.11.2023)